intimidades superficiais

devaneios pouco claros, mentiroso, irônicos, falsos, profundos, verdadeiros e rasos

segunda-feira, 24 de março de 2008

Vem,

Freud explica
porra nenhuma

pensamentos
psicóticos

Vem,
estuda-me
tente compreender
a si mesmo

seus adjetivos
te completam?

Vem,
e falas de mim
para responder
teus anseios

mata-me por dentro
mate meus medos

Assim:
Vem,
tente seguir
a trilha de volta

em meus desejos
não há retorno

sexta-feira, 14 de março de 2008

quebra-mente

quebra
atado
leve
mente

se por hora
me amarro
me enterro
em branca neve

por teus olhos
quebrantado
sigo teus passos
levemente

domingo, 9 de março de 2008

palavras em atropelo

atropelado
por tantas palavras
que vão saindo
no desespero
de um falar
que cala

desconexão
de idéias
eu vejo o céu azul
com a maçã
sobre a toalha
suja de geléia de amora

e teu falar
continua ressoando
se alterando
camaleão linguístico
entre fumaça de idéías

aos poucos
me posto perto
indiscreto
ouvir suas frases
a poucos metros
pancada certeira

e como um suicida
me lanço
na direção
de seus pronomes
arranhado por verbos
interrompo
tua avalanche
com meu beijo

quarta-feira, 5 de março de 2008

valsa redescoberta

um dia de culpa
valsa pela noite
peça outra música

simples e claro
sempre o banquete
afortunado

salão em confete
lustre gigante
me enaltece

de luxo o vestido
peça única
trapos coloridos

sábado, 1 de março de 2008

jardinagem em ousadia

ousadia não apenas
de um mero imaginar
complexo trabalho
concretizar de nova realidade

ânimo rodopiante
um objeto qualquer
lançado escada abaixo

mundo próprio criado
em pensamentos
alimentados de esperanças
ausentes em catálogos

fossa amiga atual
precede canteiro
jardinagem elaborada
terra que colore as unhas