Depois da Decepção

Decepcionado
estou agora
neste quarto
empoeirado

Nao vai embora
o cheiro amargo
do ser culpado
que se revolta

O tempo, as horas
são questionados
Eu, resignado,
finalmente acalmo

É procurado
um novo rastro
Meu ser explora
estar ao seu lado

Despertar da Alegria

acordo em susto
na aurora em prelúdio

aguardo o que preciso
ou algo que busco

nesse tempo lúdico
penso e insisto

talvez esteja escondido
o poema que necessito

Contando estrelas

Constelações
Galáxias infindas
Observo e passeio
Nesta imensidão

O céu que me veio
Durante a intriga
Foi teu corpo inteiro
Suas curvas e pintas

Não decifro o enigma
Só percorro com as mãos
Este mapa celeste
Universo do desejo

teimosia em futuro certo

bancos e praças
graças de dó
lampejos já tidos
nítido após

mas não sou vidente
insisto e teimo
em sentir a dor
que era latente

eu sei, aprendi
lições de vivência
experimenta uma vez
esquecer e sorrir

Na praça da Matriz

Na frente da matriz
Ouço o som da garoa
Praça toda vazia
Procuro alguém
Uma pessoa

O que eu faria
Sem ninguém
Pra se molhar comigo
Nesse chafariz?

autoilusão

nortes e direções
metas pensadas
bússulas e mapas
minha trajetória
racionalizada

mas por preferência
insisto e tenho em mente
gosto dos instintos e
do improviso do sentimento

esperança

positiva esperança
progresso é retorno

entre sonhos
e promessas
falsidades

utopia
sonhos rebeldes

mas em aguardo
espero
a verdade




Belo Horizonte, 10/06/2012

desatado

desfaz este nó
que prendeu
tudo errado

deste lado
ele morreu
como era: só

desatado
é pra ficar
pois não há
um motivo

e se queres
imperativo
um grito alto
de não refaz

moribundo

Pensar sobre o futuro
Afasta o sono
Idéias aos montes
Iluminam o escuro

Perspectivas e
Horizontes

Todo este plano
concretize
Os devaneios
Deste moribundo

descompasso

canto
entre tantos

danço
me balanço

jogo
essa roda

logo
me namora

me segue
nesse passo
que eu te mostro
o descompasso

ao som da batida
teu rosto no meu

prece de boa noite

bem aqui
eu me deito
neste canto
ao relento

olho o céu
por um momento
me aconchego
em teu manto

sua memória
o meu descanso

pontes e entes

estirou-se
rememorando
mas o medo
fez-se presente

procurou um meio
aquele pensante
em entender-se
por um instante
como um ente
em segredo

sonolento
indagou-se
se apaixonando
pela era posterior

entre eles uma ponte
atravessar é questão de tempo
antes que o cedo
torne-se dor

espanto do desalmado

sedução
é algoz
para os fracos
desalmados

ah! doçura
que engana os olhos
umedece os lábios

vozes
ancoradas
recebem abrigo

e o eu
em espanto
desperta sujo